terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Parapsicologia

Descrição
De Wikipédia, a enciclopédia livre

A neuropsicologia é uma interface ou aplicação da psicologia e da neurologia, que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano, contudo praticamente dedica-se a investigar como diferentes lesões causam déficits em diversas áreas da cognição humana, ou tal como denominado pelos primeiros estudos nesse campo, estuda as funções mentais superiores, deixando áreas como agressividade, sexualidade para abordagens mais integrativas da fisiologia e biologia (neurobiologia, neurofisiologia, psicofisiologia, psicobiologia) ou melhor da neurociência. Entre as principais contribuições desse ramo do conhecimento estão os resultados de pesquisas científicas para elaborar intervenções em casos de lesão cerebral, quando se verifica o comprometimento da cognição e de alguns aspectos do comportamento. (ver deficiência mental) Atribui-se ao psicólogo canadense Donald Olding Hebb (1904-1985) a cunhagem do termo neuropsicologia.

'''Funções Mentais Superiores'''
Expressão utilizada pelo fisiologista russo, Ivan Pavlov, no começo do século para designar funções do córtex especialmente linguagem e atividade lógica racional da espécie humana. Com o avanço da Neurofisiologia aos pouco veio se descobrindo que muitas das funções requeridas para a actividade racional não dependia exclusivamente desta região e sim do funcionamento do cérebro compreendido como um todo, não podendo, portanto limitar-se à ação específica e localizada de alguns conjuntos de células como retina e alguns neurônios do córtex visual próprios para percepção da luz

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

À Rede de Àpoio e Suporte em Saúde Mental do Piauí

A Rede de Apoio e Suporte em Saúde Mental do Piauí- AMIGO NO NINHO convida sua diretoria, representantes de entidades parceiras e ou interessadas em somar na luta em defesa dos direitos das pessoas que vivem e convivem com transtorno mental, incluindo trabalhadores de CAPS , usuários e familiares para um reunião de avaliação das ações desenvolvidas em 2010 e planejamento intersetorial para 2011.
Pautas
- Acessibilidade ao trabalho melhoria habitacional
- Luta pela implantação da Gerência de Saúde Mental na FMS
- Qualidade dos serviços ofertados pelos CAPS: visita e atendimento domiciliar sem transporte próprio.
- A questão do atendimento ambulatorial
- Apoio a criação de um Centro de Referência em Redução de Danos/ad
- A questão dos cárceres privados
- Apoio a criação de um Centro de Atendimento a ideação suicida para comunidade LGBT
- Organização do I Seminário sobre Práticas Integrativas e Complementares e Saúde Mental
LOCAL: CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS/UFPI Sala 305
AV. Frei Serafim, 2280, próximo ao HGV e loja da OI
DATA: 18/12/2010
HORÁRIO: 8:30
LOUCA PELA VIDA

domingo, 12 de dezembro de 2010

Terapia Comportamental Cognitiva Para Pessoas Com Transtorno Bipolar

Francisco Lotufo Neto
Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Endereço para correspondência
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RESUMO
Descrição dos objetivos e principais técnicas da terapia comportamental cognitiva usadas para a psicoterapia das pessoas com transtorno bipolar.
Descritores: Terapia cognitiva, Transtorno bipolar/terapia; Transtorno bipolar/psicologia; Transtorno do humor; Psicoterapia
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Introdução e objetivos
O Transtorno bipolar (TB) possui forte componente biológico e sua principal forma de tratamento é com medicamentos estabilizadores do humor. Entretanto, o papel da psicoterapia para o seu tratamento é enorme e com potencial ainda pouco explorado. Estamos diante de uma doença crônica, que necessita de acompanhamento e controle por toda a vida. Assim, cooperação é importante e para isto a terapia pode ajudar. A síndrome sofre influência de fatores de estresse e tem importantes conseqüências psicossociais, interpessoais e de diminuição da qualidade de vida. Uma porcentagem relevante de portadores não tem boa resposta aos tratamentos atuais, apresentando fases, apesar de adequadamente tratados. Isto para não falar no estigma, desmoralização, problemas da família e nas dificuldades e conflitos psicodinâmicos que qualquer pessoa pode apresentar. Há um campo aberto para o tratamento psicoterápico.1
São objetivos da Terapia comportamental cognitiva (TCC) para os portadores deste transtorno:
1) Educar pacientes e seus familiares e amigos sobre o transtorno bipolar, seu tratamento e dificuldades associadas à doença;
2) Ajudar o paciente a ter um papel mais ativo no seu tratamento;
3) Ensinar métodos de monitoração da ocorrência, gravidade e curso dos sintomas maníaco-depressivos;
4) Facilitar a cooperação com o tratamento;
5) Oferecer técnicas não farmacológicas para lidar com pensamentos, emoções e comportamentos problemáticos;
6) Ajudar a controlar sintomas leves sem necessidade de modificar medicação;
7) Ajudar a enfrentar fatores de estresse que podem interferir no tratamento ou precipitar episódios de mania ou depressão;
8) Estimular o aceitar a doença;
9) Diminuir trauma e estigma associados;
10) Aumentar o efeito protetor da família;
11) Ensinar habilidades para lidar com problemas, sintomas e dificuldades.
Há diferenças com a psicoterapia tradicional, pois os pacientes em geral não estão na fase aguda da doença. Durante a mania, é muito difícil fazer terapia. A TCC tem uma forma mais didática, algumas técnicas somente são ensinadas e a agenda de cada sessão pode ser ou não determinada por um protocolo. De modo algum se exclui a terapia tradicional.

Fases do tratamento
A TCC para o portador de TB possui sempre algumas fases. Por ser um transtorno crônico, o elemento educacional é importante, para que a cooperação fique mais fácil. Estimula-se o paciente a perguntar sobre seu transtorno, causas e tratamento. Como em toda terapia cognitiva, o modelo cognitivo é apresentado e se ensina a pessoa a identificar e a analisar as mudanças cognitivas que ocorrem na depressão e mania, seus pensamentos automáticos e as distorções do pensamento. Os problemas psicossociais e interpessoais são discutidos e são ensinadas técnicas para que sejam melhor manejados. Por exemplo: solução de problemas e treino de habilidades sociais.2 Para criar a aliança terapêutica e a participação ativa do cliente no tratamento é importante compartilhar a filosofia ou racional que está na base do tratamento instituído, solicitar opinião sobre o tratamento, discutir preocupações sobre o mesmo, negociar planos terapêuticos e instituir o tratamento preferido pelo paciente.
Elemento importante da aliança terapêutica é a atenção à família. Deve-se, com ela, discutir sintomas, formas de tratamento e o que esperar do futuro. É importante lembrar que a família precisa também lidar com dor e sofrimento e é necessário criar o clima propício a isso. Olhar sempre as crianças pequenas, que num momento de crise podem ser esquecidas, e geralmente estão muito assustadas ou até negligenciadas.
Sempre discutir com o paciente quem ele quer envolver no tratamento. Isto facilitará muito, no futuro, conduzir uma eventual internação, ou administrar com quem deverá ficar cartão de crédito, talão de cheques e outros detalhes importantes.
Descobrir-se portador de um transtorno crônico pode ter diversos significado para a pessoa.
Lembrar de sempre conversar sobre isto, no início e ao longo do tratamento. Há o medo de incapacidade crônica, o papel dos acontecimentos da vida e estresse no desencadear de novos episódios, o uso da medicação pelo resto da vida, a questão da hereditariedade (casar e ter filhos), gravidez e amamentação.
A aderência ao tratamento farmacológico deve ser trabalhada em terapia, pois a regra é a não cooperação. Esta pode ocorrer por preconceitos, conceitos errôneos, problemas na aliança terapêutica, efeitos colaterais, erros na dosagem, esquecimento de tomada, tomar mais que o prescrito, tomar medicação de familiares e amigos, erros no horário, uso de álcool e drogas, tomar outras medicações que interferem com os estabilizadores do humor (diuréticos, antiinflamatórios) e falta de recursos para o tratamento. Psicopatologia grave e transtorno de personalidade predizem falta de aderência.3

Técnicas para monitorar os sintomas
Outro elemento importante da psicoterapia é a identificação precoce do início de uma fase, para que uma intervenção efetiva a coloque sob controle, prevenindo problemas e internação. Isto é feito ensinando-se paciente e família a identificar e acompanhar os sintomas da síndrome. Algumas técnicas que auxiliam são: mapeamento da vida, identificação dos sintomas, gráfico do humor e o afetivograma.3
O mapeamento da vida é uma técnica muito usada em psicoterapia, na qual a pessoa traça uma linha em folha de papel, identificando com os altos e baixos e cores o curso da sua vida e doença. Pode assinalar o número, seqüência, intensidade e duração das fases de mania e depressão, o impacto do tratamento e de acontecimentos importantes. Auxilia a oferecer uma visão mais ampla do curso da doença, dos fatores de estresse e da influência do tratamento.
A identificação dos sintomas visa a ajudar a pessoa e a família a identificar sintomas específicos das fases de depressão e mania, diferenciar os estados de humor normais dos patológicos, tomar consciência de sua situação clínica e lidar com conflitos familiares onde o problema é atribuído à doença do paciente, saber o que muda em sua vida durante a depressão ou a mania, o que muda no modo como vê a si e aos outros, e o futuro. Os outros notam ou percebem? O que as pessoas comentam? Faz-se revisão dos sintomas de depressão e mania, identificando os que ocorrem no início das fases. Pede-se ajuda à família (descrição da pessoa quando está bem e quando esta começando a ficar doente).
São indicadores de humor normal a capacidade de sentar e ler um livro ou jornal por um bom período de tempo sem sentir-se entediado, a capacidade de ouvir em uma conversa social, não querer atingir os limites ou fazer algo arriscado, conseguir completar tarefas com poucas distrações, sentir um pouco de ansiedade e preocupação sobre as exigências do dia-a-dia (responsabilidades, obrigações financeiras, etc.), experimentar e ter prazer nos momentos de quietude e serenidade, ser capaz de dormir bem à noite e ser capaz de aceitar críticas bem intencionadas sem se irritar.
São sinais iniciais típicos de hipomania ou mania:4
1) Diminuição da necessidade de sono;
2) Diminuição acentuada da ansiedade;
3) Níveis elevados de otimismo, com pouco planejamento;
4) Grande vontade de se relacionar com pessoas, mas com pouca capacidade de ouvir;
5) Concentração diminuída;
6) Aumento da libido com diminuição da crítica e da vergonha;
7) Aumento dos objetivos, mas com pouca sistematização das tarefas.
Outra técnica é o gráfico do humor. Permite acompanhar mudanças diárias do humor, do pensamento e comportamento, identificar flutuações de humor ou atividade e identificar sintomas subsindrômicos para solicitar ajuda e orientação quando apropriado. Deve-se adaptar o gráfico às peculiaridades do quadro clínico da pessoa.

Problemas nas fases de mania
Alguns problemas são freqüentes na fase de mania e a pessoa pode se beneficiar de algumas técnicas para melhor lidar com eles.3-4 Por exemplo, para o aumento dos interesses, idéias e atividades, pode-se observar o gráfico do humor para detectar o início da fase antes que ela saia do controle, orientar a pessoa a escolher atividade com chance de sucesso (o objetivo pode ser também o limitar as atividades), estabelecer uma agenda de atividades incluindo sono e alimentação, determinar prioridades e avaliar o gasto de energia. Outro problema de importância crucial é o prejuízo do sono. Sabe-se que uma noite mal dormida pode facilitar o início de uma fase de mania. Deve-se criar um programa de higiene do sono, estimular hábitos adequados, evitar estímulos excessivos (exercício, cafeína, etc.), ensinar relaxamento, administrar as preocupações (por exemplo: lista e horário para percorrê-la). Outro problema é a irritabilidade que pode se transformar em agressividade. Deve-se ensinar a ser reconhecida como sintoma de mania ou depressão, ajudar a pessoa a desenvolver respostas alternativas ao invés de reagir. Por exemplo, ensinar a não responder e a sair do local por algum tempo, expressar empatia pelos sentimentos do outro e pedir desculpa, assinalar a presença de irritação antes que esta aumente.
A hipersensibilidade à rejeição e à crítica consiste em outro problema. Deve-se ensinar a família a perceber quando o paciente está irritado e reagir levando em conta a perspectiva do paciente. Diante de extravagância nos gastos é preciso examinar a sua natureza e se o paciente consegue controlá-los, e verificar se outros sintomas de mania estão presentes.
Durante a mania, ocorre uma série de mudanças cognitivas. Por exemplo: otimismo exagerado e idéias de grandeza, idéias paranóides, pressão sobre o discurso, pensamento acelerado e desorganizado, alterações quantitativas da percepção, ressentimento pela desconfiança do terapeuta e familiares sobre seu bem estar. Outras distorções cognitivas são freqüentes e levam a comportamentos inadequados:
1) Aumento do interesse sexual e idéia que isto é correspondido pelas outras pessoas;
2) Achar que os outros estão muito devagar;
3) Ir prematuramente ao topo da cadeia de comando;
4) Humor sarcástico e inadequado;
5) Supervalorizar a apreciação de suas idéias pelos outros;
6) A não aceitação de suas idéias é vista como sinal de burrice ou desinteresse;
7) Por se sentirem bem, acham que não precisam de remédio;
8) Achar que só ele está certo e não levar em consideração a opinião dos outros, fazendo exigências despropositadas;
9) Viva o presente, pois o amanhã será ainda melhor.
Estas distorções cognitivas na mania levam a pessoa a subestimar riscos, exagerar possibilidades de ganhos ou acertos, achar que está com mais sorte, superestimar capacidades, minimizar problemas da vida e valorizar gratificação imediata.

Lidando com fatores de estresse
Um elemento importante é ensinar o paciente a manejar melhor os acontecimentos de sua vida que são estressantes. Muitos desses problemas são bem descritos pela terapia interpessoal, principalmente luto pela perda de alguém, conflitos com pessoas próximas, mudanças de papel existencial, déficits de habilidades sociais, perda da noção do si mesmo saudável e problemas de relacionamento entre adolescentes de pais separados com as novas famílias constituídas pelos pais. Estes problemas podem contribuir para piora e manutenção da depressão e, não raro, estão presentes no desencadear das fases de mania ou são piorados por esta. Ajuda aprender a definir e avaliar prioridades, pensar em como solucionou o problema no passado, sugerir intervenções não experimentadas. Deve-se respeitar inteligência e recursos do paciente e analisar obstáculos à mudança. As técnicas de solução de problema podem ser ensinadas e são bastante úteis. O treino de habilidades sociais é um importante instrumento, ensinando auto-afirmação e comportamentos básicos para os pacientes com quadros mais graves e grande comprometimento da vida social.

Problemas nas fases de depressão
As fases de depressão apresentam também problemas característicos.4-5 Para a culpa associada à inércia e à letargia é importante analisar explicações pessoais distorcidas para a inércia, vê-la como sintoma e não falha de caráter e direcionar a energia disponível para o possível ou o prioritário.
Algumas técnicas auxiliam: diário de atividades, foco nas tarefas essenciais (contas, limpeza de casa, telefonemas importantes, etc), dividir as tarefas em pequenos passos e iniciar as que têm maior chance de sucesso, estabelecer alvos razoáveis, fazer lista de atividades prazerosas e as incluir e iniciar.
Alguns pacientes com depressão estabelecem alvos irrealistas. Podem se beneficiar de uma avaliação do padrão estabelecido para si mesmo, avaliação do tempo necessário para cumprir uma tarefa, planejar tarefas realistas, analisar esquemas cognitivos de perfeccionismo e incompetência.
Muitos pacientes perderam a capacidade de sentir prazer e não têm atividades de lazer. A atividade aumenta a probabilidade de reforço positivo e para isto deve-se prescrever divertimento, fazer lista de atividades agradáveis, aprender a lidar com pensamentos negativos que impedem a percepção de aspectos positivos e aprender a administrar experiências de rejeição, ansiedade ou fracasso.
Muitos têm dificuldade para se concentrar ou tomar decisões. Em geral, algumas das seguintes situações estão presentes: a pessoa possui muitas opções e não consegue organizá-las mentalmente; incapacidade de gerar idéias (branco); remoer sobre as vantagens e conseqüências de cada opção sem conseguir concluir. Para os casos mais graves, ajuda pedir para alguém fazer a escolha, ou fazê-la previamente. Pode ser útil relaxar e reduzir distrações no ambiente, fazer apenas parte da tarefa, aprender a fazer análise das vantagens e desvantagens e a analisar as antecipações catastróficas das escolhas.
Os pacientes com depressão apresentam os pensamentos automáticos, regras e crenças distorcidas, que geram desesperança e ideação suicida. Alguns exemplos:4
1) Meus problemas são enormes, o jeito de resolvê-los é acabar com a minha vida.
2) Sou um peso para todos, é melhor que eu me vá.
3) Me odeio, mereço morrer.
4) Só a morte pode aliviar minha dor.
5) Tenho tanta raiva de todos, que vou me matar para ensiná-los uma lição.
A ideação suicida é sempre uma prioridade no tratamento. Deve-se perguntar por ela, avaliar a sua letalidade e ajudar o paciente a reconstruir seus pensamentos, auxiliando-o a avaliar suas possibilidades de modo específico e não radicalmente negativo.
A pessoa com transtorno bipolar pode ter diversos problemas de comunicação. Um deles é provocado por hipersensibilidade. Assim, sentimentos são facilmente feridos, antecipam crítica e rejeição e têm reação desproporcional (tristeza, culpa, vergonha, raiva) quando pressentem rejeição. Ajuda ensinar estratégias para lidar com a raiva e para avaliar a validade de seus pensamentos e pressupostos. Importante ensinar familiares a não reagir, mas entender o problema da perspectiva do paciente.
Procedimentos simples como ensinar a ouvir, repetir o que entendeu, pedir confirmação, falar claramente e de modo específico podem ser valiosos.

sábado, 11 de dezembro de 2010

ÂNCORA CONVIDA




LOCAL: Clube dos Diários

Contamos com a sua presença no dia 18/12 às 09:00hs da manhã no Clube dos Diários para o lançamento do livro de poesias dos usuários de saúde mental "Recados da Alma".
Confira a programação em anexo.

Um abraço
Amigos da Âncora
Email de Marta Evelin

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Loucura ou Perversão?

Claudia Figaro-Garcia, Correspondente da EBP-SP

Biagi-Chai, ao relatar a história de Henri-Desirée Landru, que assassinou dez mulheres e um jovem e incinerou seus corpos em uma fornalha de sua casa de campo, na França, no final do século XIX, provoca uma discussão: seria essa uma psicose ou uma perversão? De acordo com o livro, Landru não sabia qual era seu lugar na família, e este teria sido o gatilho para o desencadeamento dos atos criminosos. Biagi-Chai comenta que em sua megalomania havia separação entre ação e ambição. Tem-se início a sua máscara social. Sempre foi visto como responsável e bom pai. Mas é justamente a confusão que Landru faz entre o que é ser Patriarca e não Pai que inicia os sintomas, os quais caracterizam mais uma psicose do que uma perversão. Ao se colocar como Patriarca, posiciona-se como alguém que não vacila, que não apresenta furos ou imperfeições — assim, com a função paterna excedida, o sujeito se torna ele próprio a lei. A concepção delirante de família produz uma missão psicótica — sustento da família — de extrema responsabilidade, cuja lógica conduzirá Landru ao ato criminoso. A megalomania aumenta, assim como a indiferença pelo a’.

Para a autora, a família é como um trabalho para Landru, um significante privado de sua função de ideal, privado de realidade. Família define um dever, um dever com significação privada. A lei pessoal de Dever é seu delírio. Apresentava-se como “comerciante de móveis”, para viúvas, solteiras, mulheres sem família e com dote. Na opinião de Lacan, no filme Monsieur Verdoux, estrelado por Charles Chaplin em 1947, e que se baseou na história de Landru, o personagem selecionava as vítimas. Sua esposa e a amante Fernande pertenciam ao grupo vital. Esta, única a não ser assassinada por ele, além de não querer um marido provedor, mantinha uma relação muito forte com a mãe. As mulheres assassinadas integravam o grupo funcional, as mulheres de que necessitava. O dinheiro que estas deixaram garantirá o sustento da família de Landru.

A mãe de Landru parecia seu único ponto de apoio, estabelecendo-se assim a matriz da identificação imaginária de sua psicose: mãe sem falhas, como a amante. No julgamento, Landru nega tudo e seu discurso frio não demonstrava arrependimento. Foi avaliado por psiquiatras que não diagnosticaram psicose, atribuindo-lhe responsabilidade pelos crimes. Todavia, a certeza delirante, a necessidade de não ter falhas levaram Landru ao ato criminoso. Para a autora, ele avança em um Real sem véu, encarnando a lei. Seus significantes mestres não se articulavam a um saber, não passavam pelo desejo. Respondiam a um postulado delirante: sustentar a família. Na perversão, os criminosos sexuais gozam com o sofrimento do outro, pois driblam o Nome-do-Pai. O que impera é a Lei pessoal. Talvez isso, ter uma lei pessoal, seja algo que aproxime a psicose e a perversão, provocando uma confusão que dificulta um diagnóstico diferencial.

Loucura

Programa entrevista médicos psiquiatras e mostra projetos de inclusão de pacientes

Programa fala sobre as mudanças no tratamento de pacientes psiquiátricos
No Comentário Geral desta quarta-feira (8), Luiza Sarmento e Renato Góes tratam de um tema que já rendeu livros, filmes, debates e, até hoje, é visto com espanto pela sociedade: a loucura.
Por muito tempo, o modelo do manicômio foi encarado como a melhor forma de tratamento da saúde mental. No entanto, a história revelou que, muitos dos pacientes, sofriam não só com o isolamento, mas com métodos agressivos como o eletrochoque e a lobotomia. Nos anos 70, foi iniciada a luta no Brasil pelo fim dos manicômios. O especialista em sáude mental, Paulo Amarante, da Fiocruz, explica melhor a evolução do tratamento psiquiátrico. Mas, em certos casos, a loucura pode levar a crimes e é preciso que o doente seja isolado. Sobre isso fala o psiquiatra Miguel Chalub, do Manicômio Judiciário do Rio de Janeiro.
Por outro lado, a loucura também sempre andou relacionada ao universo das artes. Não é a toa que a arte passou a ser encarada como uma forma de tratamento. Um dos maiores exemplos é o da psiquiatra Nise da Silveira, ex-aluna de Carl Jung, que criou ateliês de pintura e modelagem na intenção de reatar os vínculos de seus pacientes com a realidade. A psicóloga da UFRJ Maria Cristina Urrutigaray tira dúvidas sobre este método.
Um projeto bem-sucedido na área é o do Teatro do Oprimido na Saúde, tocado por psiquiatras que acreditam na redescoberta do ser humano através da atuação. O coordenador nacional da iniciativa, Geo Britto, dá detalhes. Outro exemplo é o da TV Pinel, do Instituto Philippe Pinel. Lá, usuários dos serviços de saúde mental do Instituto produzem programas, com auxílio de uma equipe de profissionais da área e de funcionários do Pinel. O Comentário Geral entrevistou a coordenadora de produção da TV Pinel, Noale Toja, e um dos animadores da TV, Henrique Monteiro.
Já na UFRJ, usuários e funcionários do serviço de saúde mental da universidade criaram um bloco de Carnaval. O Tá pirando, pirado, pirou! faz parte do projeto de inclusão do tratamento psiquiátrico e na luta contra o estigma da loucura. A psiquiatra Sulamita Trzcina fala sobre o bloco, que em 2010 desfilou com o enredo Ser maluco é fácil, difícil é ser eu!fala sobre o bloco, que em 2010 desfilou com o enredo Ser maluco é fácil, difícil é ser eu!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Terceira Idade - Como Envelhecemos




1 - O sistema Nervoso
- Diminuição do peso do cérebro devido a perda de células ganglionares
- Redução dos órgãos do sentido
- involução das papilas gustativas da língua (sobram aproximadamente 36%)
- Perda de células ganglionares na cóclea e conseqüentemente diminuição da audição (processo apartir dos 20 anos)

2 - Coração
- Aumento do desempenho do coração e devido a esclerose e conseqüentemente HIPERTROFIA do miocárdio (homem: aumenta 1 grama ano e na mulher 1,4 grama ano)
- As válvulas cardíacas sofrem enrijecimento.

3 - Vasos Sangüíneos
- Fisioesclerose - diminuição da elasticidade, engrossamento e serpenteamento da parede (os efeitos deletérios do tempo são maiores nas artérias do que nas veias que demonstram menores alterações.

4 - Pulmões
- Dilatação dos alvéolos
- Diminuição do número de alvéolos, portanto diminuição da superfície total respiratória
- Diminuição da permeabilidade dos capilares alveolares
- Diminuição da capacidade vital
- Diminuição do volume respiratório máximo

5 - Rins
- Apesar de uma diminuição das células parenquimatosas dos rins, ocorre regulação da economia de água

6 - Fígado
- Redução de 20% de peso entre 50 e 80 anos, apesar disto há uma alta capacidade regenerativa

7 - Pele
- Torna-se mais fina e transparente em função da atividade mitótica e também da redução de colágeno da derme e perda de água (10 a 15%)

8 - Musculatura Esquelética
- Diminuição da força e da massa muscular, especialmente do antebraço e coluna responsáveis pela posturas

9 - Cartilagem e ossos
- Alterações dos mucopolissacarídeos
- Osteoporose e Osteopenia - redução da densidade do tecido ósseo, geralmente mais acentuado nas mulheres
- Os ossos mostram-se mais quebradiços, mais frágeis e mais porosos
- Articulações mais rígidas e menos flexíveis

Inocêncio Oliveira é condenado por trabalho escravo pelo juíz Manoel Veloso

Inocêncio Oliveira é condenado por trabalho escravo
07 de fevereiro de 2006 • 22h12 • atualizado às 22h20 Comentários
0Notícia
ReduzirNormalAumentarImprimirO Tribunal Regional do Trabalho da 16ª região, no Maranhão, confirmou nesta terça-feira a condenação do deputado federal e primeiro secretário da Câmara, Inocêncio Gomes de Oliveira (PL-PE), por manter trabalhadores em condição semelhante à de escravo na fazenda Caraíbas, no município de Gonçalves Dias (MA). Ele deverá pagar uma multa que pode chegar a R$ 300 mil.
Na fazenda Caraíbas, em março de 2002, foram libertadas 53 pessoas que eram mantidas como escravos. Posteriormente, o deputado vendeu a propriedade.

Inocêncio havia sido condenado em primeira instância pelo juiz Manoel Lopes Veloso Sobrinho, da Vara do Trabalho de Barra do Corda, interior do Maranhão, após ação do Ministério Público do Trabalho.

Na sentença, Manoel Veloso condenou o deputado a abster-se de condutas que viessem a cercear a liberdade dos trabalhadores, bem como a regularizar os contratos e as condições de trabalho dos seus empregados, sob pena de

Em seguida foi realizado o julgamento do recurso impetrado pelo deputado com pedido indenização por dano moral. Esta ação (nº 611/2002) foi julgada procedente em parte pelo juiz Manoel Veloso, que condenou Inocêncio Oliveira a pagar indenização por dano moral no valor de R$ 530 mil a ser revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).


Fonte: Redação Terra

TRT-MA Presente no Encontro Nacional do Poder Judiciário

Extraído de: Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região - 9 horas atrás
A presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA), Márcia Andrea Farias da Silva, e a vice-presidente e corregedora, Ilka Esdra Silva Araújo, estão na cidade do Rio de Janeiro, onde participam desde ontem (06) do IV Encontro Nacional do Poder Judiciário. O evento é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Poder Judiciário se reúne para definir metas para 2011 nesta terça-feira

CNJ divulga nesta terça-feira(6) as metas e ações prioritárias para 2011

Encontro avalia metas nacionais e define prioridades para o Judiciário

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Nesta terça-feira (07) o CNJ anuncia as metas estratégicas a serem adotadas pelo Judiciário brasileiro em 2011, de forma a aprimorar a prestação jurisdicional à população. Também será divulgado balanço preliminar do cumprimento das 10 metas deste ano por parte dos 91 tribunais existentes no país.

Também participam do evento a juíza Liliana Maria Ferreira Soares Bouéres, que exerce atividade administrativa na Presidência do TRT-MA; e o juiz Manoel Lopes Veloso Sobrinho, auxiliar da Corregedoria do Tribunal.

Informações sobre a programação de hoje (07) do encontro clique aqui.

Autor: Valquíria Santana